A fabricante de computadores Dell começa até o final desta semana, dia 15, um programa de reciclagem de produtos para usuários do Brasil, seguindo o posicionamento mundial adotado pela companhia a partir de setembro deste ano nos Estados Unidos.
O programa é voltado para qualquer computador da companhia, fabricado no Brasil ou em outros países, além de ser gratuito. O cliente poderá ligar e solicitar a retirada dos equipamentos pela Dell, informou a jornalistas o diretor-geral no Brasil, Raymundo Peixoto.
As máquinas recolhidas poderão ser reaproveitadas em programas de inclusão digital ou terem seus componentes e materiais desmanchados e reaproveitados na fabricação de outros produtos da empresa. Peixoto estimou que o maior volume de computadores reciclados virá de máquinas com pelo menos cinco anos de uso.
"Além de melhorar a imagem da companhia perante o público, o programa fortalece a posição da empresa com clientes que escolhem trabalhar conosco por causa de nossa preocupação ambiental", disse o executivo, acrescentando que os produtos da Dell não possuem chumbo ou outros metais pesados que podem gerar riscos à saúde se descartados de forma inadequada.
A companhia espera fechar o ano com crescimento acima do desempenho do mercado de computadores do país, que, segundo projeções das empresas de pesquisa IT Data e IDC, deve registrar expansão de mais de 40 por cento no número de unidades vendidas em relação a 2005, algo em torno de 7 milhões de máquinas.
Até o terceiro trimestre, segundo Peixoto, a empresa vinha cumprindo o objetivo definido pela Dell como "obrigação" para unidades localizadas em países emergentes e que apresentam taxas de penetração de computadores baixa entre a população, como o Brasil. A Dell não divulga números precisos sobre vendas.
Conforme dados citados pela companhia, a Dell, que no Brasil tem foco no segmento corporativo, encerrou o terceiro trimestre na liderança de vendas para empresas, ficando com 30,8 por cento de participação entre grandes companhias. A posição também foi atingida em médias e pequenas empresas, com porcentagens de 21,2 e 5,5 por cento, respectivamente.
No segmento doméstico, que representa 15 por cento das vendas da Dell, a expectativa é apostar mais forte na área, quando o governo decidir por flexibilizar um programa de incentivo a vendas de PCs, chamado de Computador para Todos.
O programa exige dos fabricantes uma configuração específica de hardware e software para as máquinas, o que não atrai a Dell por enquanto, pois a empresa trabalha com um sistema de venda direta a clientes que escolhem a configuração dos equipamentos, informou Peixoto. "Se flexibilizar, nós entramos (no programa)." |