Declaração acontece uma semana depois de lançamento do serviço Joost.
Empresas de TV a cabo dos Estados Unidos comemoram.

Engenheiros do Google disseram nesta quarta-feira (7) que a internet buscar não tem a infra-estrutura necessária para virar TV. A declaração ocorre uma semana depois do lançamento da versão de testes do Joost, um site que promete fornecer conteúdo de TV com alta definição.

Até o momento, o YouTube foi a experiência de maior sucesso nessa área. O site exibe mais de 100 milhões de vídeos por dia muitos deles caseiros, de baixa qualidade e curta duração.

O Google tem 450 mil computadores ligados em rede para distribuir informações pelo mundo. Mesmo com toda essa infra-estrutura, e poucos meses depois de pagar US$ 1,65 bilhão pelo You Tube, os engenheiros da empresa afirmaram que a internet não foi planejada para ser televisão. Os milhões de computadores que fazem funcionar a internet não são capazes de processar a quantidade de dados necessária para se distribuir conteúdo de TV em grande escala e alta qualidade.

"A infra-estrutura da web e até mesmo a do Google não podem ser ampliadas com facilidade e não vão oferecer a qualidade de serviços que os clientes desejam", disse Vincent Dureau, vice-presidente de tecnologia de TV do Google, segundo a agência de notícias Reuters. Por isso, a empresa se ofereceu como parceiro às operadoras de cabos, com o intuito de combinar sua tecnologia à capacidade das redes de cabo para distribuir programas de alta qualidade.

Especialistas explicam que em torno de 60% da informação que circula hoje pela internet passam por computadores domésticos: são trocas de música e vídeos entre os próprios usuários. Uma única hora de vídeo de alta qualidade -- ou seja, metade de um filme -- consome, em megabytes, o equivalente aos e-mails enviados por um usuário comum durante um ano inteiro.

Duco Sickinghe, presidente-executivo da operadora belga de cabos Telenet, classificou a afirmação como "a melhor notícia do dia". Empresas de TV a cabo dos Estados Unidos comemoraram a declaração do Google: elas temiam que uma nova invenção ou um novo passo do gigante da internet pudesse ameaçar o negócio, que movimenta bilhões de dólares.