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ENTREVISTA: Escolas particulares como empresas
19/07/2006
Fonte - http://www.mariopersona.com.br/entrevista_integracao.htm
Mario Persona é consultor, escritor e palestrante.

Fui entrevistado pela Revista Integração para uma matéria sobre escolas particulares e confessionais ou religiosas. A íntegra da entrevista você encontra aqui.

Revista Integração - Você considera a escola "particular" como uma empresa?

Mario Persona - Sim, se considerarmos que existe um mercado disposto a pagar por algo e existe alguém que forneça isso que o mercado busca, a educação é um negócio e a escola é uma empresa. Não existe mal algum em admitir isso.

Há organizações de ajuda humanitária, por exemplo, que não cobram por seus serviços e vivem somente de recursos vindos do estado, de empresas ou indivíduos e que, mesmo assim, precisam trabalhar dentro de uma estrutura de empresa para a correta utilização de seus recursos.

Enxergar uma organização como empresa tem também seu lado de enxergá-la como uma organização responsável que, além de atingir seus objetivos, procura fazê-lo de forma otimizada. No caso da escola particular, o conceito pode ser mal compreendido ao considerar o ensino como uma missão, porém também no caso deste, ensinar é, além de uma paixão, vocação e missão, a profissão que garante sua sobrevivência..

Revista Integração - Na sua visão, é possível, no mercado concorrido em que vivemos, uma escola "particular" sobreviver sem considerar um planejamento, estratégias, ou ao menos algumas ações isoladas de marketing?

Mario Persona - Não acredito que uma escola consiga sobreviver por muito tempo ou com a qualidade que o mercado exige se não planejar, desenvolver estratégias e até mesmo expor sua capacidade para o mercado. Acredito até que assumir a educação como negócio é uma forma até mais honesta do que tentar cobrir a atividade com uma aura de obra de caridade.

Mesmo porque se há colaboradores e fornecedores, existe uma responsabilidade para com essas pessoas e empresas e a garantia de que serão recompensadas pelo trabalho que prestam. Além disso há clientes, os alunos, interessados no sucesso do empreendimento e na sua continuidade.

A segurança para todos esses que podemos chamar de stakeholders está em enxergar uma organização atuando de forma transparente e segundo as práticas usuais de mercado, com ética e credibilidade.

Revista Integração - As escolas confessionais (religiosas) não gostam de usar os termos "empresa e cliente", porém, estão inseridas nesse contexto. O que você pensa sobre isso?

Mario Persona - O mau uso da religião por organizações que lucram por meio de uma estratégia duvidosa de angariar fundos criou um certo estigma no mundo atual e as pessoas já não enxergam as instituições sérias da mesma forma que elas enxergam a si próprias. No passado praticamente todas as escolas eram religiosas que tinham por objetivo formar pessoas principalmente para a prática religiosa.

No passado, principalmente na Europa e colônias, a pessoa podia seguir basicamente quatro carreiras, se não pertencesse à nobreza: ou era camponês, militar, comerciante ou religioso. O estudo era normalmente reservado para esta última classe e os comerciantes não eram bem vistos no contexto geral. Então as instituições religiosas educacionais eram realmente vistas com outros olhos.

Os tempos mudaram e apenas uma porcentagem muito pequena da população coloca seus filhos em escolas religiosas com o objetivo de se tornarem clérigos. A grande maioria está interessada na tradição que normalmente essas escolas têm por terem sido fundadas há muitos anos, na qualidade e seriedade do ensino que costuma estar associada à tradição e aos valores que os pais esperam que seus filhos encontrem nessas escolas.

Mas é importante notar que os pais de hoje são filhos ou netos de uma geração que conheceu a existência normalmente de apenas dois tipos de escolas: religiosas e do governo. Para aquela geração, como foi a de meus pais, não eram comuns as escolas particulares no sentido em que hoje as conhecemos. Porém aquela geração está passando e essa percepção que seus filhos e netos trazem vai se diluindo até não sobrar mais nada da percepção do passado. Além disso, o ensino das escolas mantidas pelo governo caiu muito e para a classe com maior poder de consumo, apenas dois tipos de escolas permanecem em sua mente no leque de decisão: a escola particular boa e a escola particular ruim.

Como esse pai ou essa mãe, que não viveu na época de maior prestígio das escolas confessionais, irá conhecer a capacidade de uma instituição se ela não concorrer ombro a ombro com as outras por um lugar no mercado, expondo e valorizando sua marca e mostrando claramente seus atributos? Daí a necessidade da instituição saber ser diferente em um tempo diferente. Caso contrário, se uma instituição pretende mesmo ser vista como uma instituição benemérita, sem ser confundida com uma empresa e ser reconhecida como uma missão, minha opinião é que procure obter sua receita de donatários simpatizantes e dirija todo o seu trabalho de ensino aos pobres e incapacitados de pagar.

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Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja em www.mariopersona.com.br
 
 
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