A linha de financiamento PC Conectado, que estende os prazos de pagamento com juros baixos para a venda de computadores populares, mudou a configuração do mercado brasileiro: a participação do segmento pessoa física, que era de 37% no ano passado, já chegou a 41% em 2006, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). E o crescimento se dá nas classes "C" e "D", onde o fator preço é condição número um para a compra.
A empresa baiana Bitway, que está presente em na maior rede varejista do Nordeste, a Insinuante, conseguiu ultrapassar a marca de 100 mil PCs produzidos neste ano. Mais de 107 mil computadores sairão da linha de montagem instalada na cidade de Ilhéus, um crescimento de 67% em relação às 64 mil máquinas produzidas no ano passado.
O crescimento da empresa, de acordo com o proprietário Martial Câmara, economista que começou a trabalhar como analista de sistemas há 35 anos, está altamente atrelada ao fator preço: o valor-teto de suas máquinas no mercado nordestino é de R$ 1,2 mil. A estratégia de Câmara é oferecer o máximo pelo mínimo. Entre seus lançamentos para 2007 estão um laptop de R$ 1.999 e um monitor de cristal líquido de R$ 350 no ponto-de-venda.
Gaúchos de Minas
No mesmo mercado atua a Techsul, empresa de uma família gaúcha que escolheu o parque tecnológico da pequena Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, como centro de produção. A empresa produziu 90 mil máquinas em 2006 e triplicou o número de funcionários nos últimos 12 meses, passando de 30 para 90 empregados.
Entre suas grandes apostas para o fim do ano está também um novo modelo de laptop, que também será vendido a R$ 1.999. O diferencial do produto, segundo o diretor comercial da Techsul, Alexandre Machado, é o sistema operacional Windows XP Home. Segundo ele, os produtos de preço similar no mercado usam a plataforma Linux. "O laptop é um sonho de consumo, mas para chegar às classes C e D, precisamos viabilizar sonhos de custo mais barato", diz Machado. |