Governo brasileiro vai testar máquinas em 2007.
PCs serão usadas em escolas do ensino médio e fundamental.

A Intel anunciou nesta terça-feira (05) o lançamento de seu computador portátil popular – também chamado de Classmate PC --, para escolas do ensino médio e fundamental de países em desenvolvimento. A novidade deve ser lançada no Brasil no 1º trimestre de 2007 por US$ 400. Seu principal concorrente, a máquina do projeto Um Computador por Criança (OLPC, na sigla em inglês), custa cerca de US$ 150 e está programado para chegar às escolas brasileiras em julho de 2007.

As duas máquinas devem concorrer no ano que para ver qual será comprada por governos de diversos países -- inclusive o brasileiro -- como parte de projetos de inclusão digital ligados à educação. Atualmente, o Classmate PC está voltado somente ao mercado brasileiro, enquanto o projeto OLPC também deve ser testado na Argentina, no Brasil, na Líbia, na Nigéria e na Tailândia. Vale lembrar que a segunda alternativa utiliza chips da AMD, principal concorrente da Intel.

Os Classmates PCs serão fabricadas no Brasil, pelas empresas Positivo Informática e CCE. Até o final do primeiro trimestre, as companhias devem ceder cerca de 800 máquinas para escolas públicas do Brasil, selecionadas pelo próprio governo. Nicholas Negroponte, o responsável pelo projeto OLPC, afirma que as escolas nacionais receberão um milhão de máquinas no período de um ano após o lançamento oficial do projeto – entre julho de 2007 e julho de 2008, segundo suas previsões.

“Dentro do projeto governamental de um computador por aluno, temos como principal foco a educação dos estudantes. Por isso, em 2007 vamos testar as alternativas disponíveis, para saber qual delas atende melhor a essa demanda”, afirmou José Luiz Aquino, assessor da Presidência da República. Além dessas duas máquinas, o Brasil também testará o laptop popular Mobilis, produzido na Índia pela empresa Encore Software.

Quanto vale?

A Intel defende que não há muita diferença de preço entre sua máquina e a do projeto OLPC, se considerados gastos com transportes da outra alternativa, que será produzida em Taiwan. Além disso, afirmaram os executivos da empresa, o fato de o Classmate PC ser publicado no Brasil fará com que esse computador receba benefícios fiscais do governo e apresente redução no valor.

A fabricante de chips também afirma que seu programa tem como diferencial o treinamento dos professores que usarão as máquinas em sala de aula, conforme as máquinas forem adotadas em escolas públicas e, eventualmente, nas particulares. O projeto de Nicholas Negroponte não inclui iniciativas desse tipo.

Segundo Aquino, ainda não está definido se os computadores poderão realmente ser levados para a casa dos alunos, como estava previsto inicialmente. Nenhum desses portáteis estará à venda em lojas; eles só poderão ser adquiridos por escolas.

Hardware

O Classmate PC tem 1,3 kg, processador Celeron-M 900 Mhz, tela colorida LCD de sete polegadas, 256 MB de memória DDR2, 1 GB de memória flash, duas portas USB e teclado à prova d’água, além de suporte a sistemas operacionais Linux e Windows (a máquina adotada por escolas brasileiras só utilizará a alternativa gratuita; esse modelo é o que sai por US$ 400).

A novidade contém um sistema antifurto, que impede funcionamento da máquina depois de uma quantidade pré-determinada de dias longe da escola. Além disso, a máquina conta com uma aplicação de gestão de aula, com a qual os professores podem acompanhar em sala o que os alunos estão fazendo em suas máquinas.

Já o computador do projeto de Nicholas Negroponte tem 1,5 kg, processador AMD de 500 MHz, 128 MB de memória de Acesso Aleatório Dinâmico (DRAM), memória flash de 512 MB, sistema operacional Linux e três entradas USB para que os usuários possam conectar outros equipamentos.